O Dia das Mães está chegando. No post de hoje uma entrevista exclusiva com a Nutricionista Funcional Dra. Luciana Harfenist falando sobre a importância da nutrição para uma gestação saudável.
Na gestação é natural ganhar peso.
Faça uma análise entre a diferença de ganhar peso, pelo fato de estar gerando uma nova vida X ganho de peso excessivo na gravidez:
Um indivíduo saudável necessita de um planejamento alimentar que o mantenha sadio.
A nutrição tem papel de destaque no universo multidisciplinar que envolve a mulher em um momento de tantas mudanças importantes e com desdobramentos para o resto de sua vida.
Em situações fisiológicas especiais, como a gravidez, é fundamental a adoção de uma alimentação balanceada, com distribuição adequada de nutrientes, que atendam as demandas exclusivas dessa fase na vida da mulher.
Os estudos sobre a relação existente entre o estado nutricional materno, antes e durante a gestação, e o resultado final da gestação, apontam para a importância de se atender as exigências nutricionais elevadas durante o período gestacional. É nessa fase que pode ser determinado se o feto terá, ou não, um começo de vida em boas condições físicas e mentais.
Atender às alterações fisiológicas que ocorrem no organismo da mulher, durante o período gestacional é propiciar a preparação psicofísica para o parto e o nascimento, para a lactação, adaptação a novos hábitos de vida, além de prevenção e tratamento de doenças próprias da gestação e do feto.
A nutrição desempenha um importante papel na gestação. Foi demonstrado através de testes laboratoriais, que dietas deficientes causam efeitos prejudiciais tanto à mãe, quanto ao feto. Constatado por alguns estudos que a má nutrição materna pode ser uma causa de deficiência no crescimento, resultando em bebês pequenos e de baixo peso.
As consequências da má nutrição para o feto dependem do período, severidade e duração da restrição dietética. Energia, proteínas, vitaminas e minerais são requeridos durante a gravidez para suportar a demanda metabólica da gravidez e do crescimento fetal.
- Nos tempos das nossas avós acreditava-se que as gestantes deveriam comer o dobro de alimentos, tomar muito leite, comer canjica para a produção do leite, enfim eram tantas as tradições para que o bebê se desenvolvesse de forma saudável, sendo muito comum mulheres com ganhos de peso acima dos 20 kg durante a gestação. O ganho de peso excessivo na gestação aumenta os riscos para hipertensão gestacional, a diabetes gestacional, dentre outros. O ganho de peso durante a gestação será determinado conforme o estado antropométrico e nutricional da gestante.
Sempre procuro conversar com o (a) médico (a) da paciente para que juntos possamos definir a melhor estratégia.
De um modo geral, a recomendação pode ficar entre 8 a 15 kg, podendo ser até menos como no caso das gestantes com obesidade, ou mais para gestantes com baixo peso.
Gestantes com sobrepeso não devem fazer dietas restritivas com o propósito de emagrecer. Conseguimos gerenciar perfeitamente o peso dessas pacientes, através da alimentação individualizada com grande sucesso para a mãe e para o bebê, reduzindo os riscos para pré-eclâmpsia, que se trata de um distúrbio que afeta cerca de 5% das mulheres grávidas, classificada como uma disfunção dos vasos sanguíneos.
Para determinar todas as demandas nutricionais, realizamos cálculos milimétricos de cada nutriente essencial para o desenvolvimento saudável do bebê.
A alimentação está diretamente relacionada com náuseas e vômitos na gestação. É possível evitar ou melhorar este aspecto?
No início da gestação ocorre uma adaptação de todo o sistema gastrointestinal em função dos hormônios e da própria anatomia da gestação. O útero se prepara para o desenvolvimento fetal, aumenta o seu volume, interferindo diretamente na digestão e na capacidade gástrica. Outro possível causador dos transtornos gástricos são as intolerâncias e as alergias alimentares, principalmente ao leite da vaca e ao glúten. Existem técnicas que podem tornar esse período mais tênue para gestante. No caso do leite da vaca suas proteínas levam horas no estômago para serem quebradas, causando fermentação excessiva, azia e enjoos, flatulência e prisão de ventre. Nesse período é necessário um planejamento com outras alternativas proteicas e fontes de cálcio.
Outra reclamação muito ouvida é com relação aos problemas no funcionamento do intestino. O que pode ser feito para amenizar essas situações?
No início da gestação modifica-se o padrão hormonal que danifica o trânsito intestinal, causado muito desconforto e mal estar para a gestante.
Conforme citei acima, o primeiro passo é reduzir os alimentos mais alergênicos, em seguida oferecemos os suplementos com lactobacilos específicos, junto com fibras solúveis e insolúveis para reparar e estimular o metabolismo intestinal. O consumo das hortaliças e 2 litros de água pura estimularão a função intestinal. É importante a gestante não se acostumar com laxantes que interferem na sua capacidade de digerir e absorver nutrientes, pois eles danificam as vilosidades presentes no intestino.
É possível realizar um programa de acompanhamento nutricional para gestação saudável?
É essencial programar a gestação e ter acompanhamento nutricional antes, durante e na lactação.
Através da consulta nutricional a futura mamãe será assistida na fase da preconcepção. Suporte molecular para fertilização do casal quando se fizer necessário. Suporte nutricional, durante todas as fases da gestação, controle do ganho do peso gestacional, orientações nutricionais para gestante. Prevenção de alergias alimentares, através de uma alimentação hipoalergenica (Doença Celiaca), prevenção de candidíase e cistite frequente na gestação.
A paciente que é acompanhada pela Dra. Luciana Harfenist, da concepção até o parto, usufrui de uma gestação saudável, garantindo o pleno desenvolvimento do seu bebê, que já na vida intrauterina, recebe nutrientes selecionados e fundamentais para os primeiros meses de vida.
1º TRIMESTRE – CONCEPÇÃO
Avaliação do estado nutricional da gestante, incluindo: anamnese, avaliação da composição corporal, pedidos e/ou análises de exames laboratoriais, elaboração do plano de tratamento nutricional e suplementação (caso necessário), orientações para aliviar sintomas como o enjôo ou outros, conforme o organismo de cada gestante.
2º TRIMESTRE – CRESCIMENTO DO BEBÊ
Fase de grandes mudanças corporais, e adaptativas da gestante, aumento da demanda energética e inclusão de novos nutrientes.
3º TRIMESTRE – AVALIAÇÃO
Avaliação do estado nutricional da gestante, avaliação da composição corporal, suplementação (caso necessário), recomendações nutricionais voltadas para lactação e prevenção de edema e azia.
O que dizer para ajudar as mamães que estão com os bebês apresentando problemas, tais como alergias e refluxo?
Em primeiro lugar procure um nutricionista funcional.
Se apresentar um histórico de alergias alimentares, e ou intolerâncias é necessária uma intervenção hipoalérgica na alimentação da mãe, durante toda a gestação e lactação, pois os anticorpos da mãe para o bebê, transmitidos pelo leite, causam refluxo, cólicas dentre outros problemas.
Plantas Medicinais contra-indicadas na gestação e lactação:
Hortelã: Má formação
Funcho: Contrações
Transagem: Contrações
Sálvia: Contrações
Salsaparrilha: Aborto
Catuaba: Aborto
Jurubeba: Aborto
Cravo dos jardins: Aborto
Alcachofra: Redução do Leite
Romã: Contrações e aborto
Mata: Contrações e aborto
Angélica: Hemorragia e aborto
Erva-de-bicho: Hemorragias e aborto
Arnica: Hemorragia e aborto, vômitos
Cavalinha: Deficiência de vitamina B1
Erva andorinha: Contrações e aborto
Garra do diabo: Retardo do parto
Erva macaé: Contrações e aborto
Espinheira santa: Redução do Leite
Ipê: Má formação no recém-nascido
Quebra-pedra: Aborto, cólicas e diarréia
Aloe Vera/Babosa: Hemorragia e aborto
Copaíba: Má formação, cólicas e diarreia
Losna: Contrações e aborto, cólicas e convulsões
Sene: Contrações e aborto, diarréia no lactente
Erva de Santa Maria: Contrações e aborto, vômitos
Cáscara sagrada: Contrações e aborto, cólicas e diarréia