Os edulcorantes (adoçantes) são amplamente utilizados, cujo público alvo são os diabéticos e pessoas com sobrepeso e obesidade. Entretanto, o uso popularizou-se por indivíduos saudáveis que buscam reduzir a ingestão de açúcares e evitar o ganho de peso, já que existe a tentadora proposta de adoçar sem a adição de calorias.
Os edulcorantes podem ser classificados de duas formas:
Naturais: stévia, eritritol, manitol, xilitol, sorbitol e taumatina.
Artificiais: aspartame, sucralose, ciclamato, sacarina sódica e acessulfame-K.
O impacto negativo do consumo de açúcar na saúde tem sido cada vez mais reconhecido; portanto, muitas pessoas se voltaram para o consumo de adoçantes como o aspartame, sucralose e sacarina como forma de reduzir o risco dessas consequências. No entanto, evidências sugerem que consumidores frequentes desses substitutos podem também estar em risco aumentado de ganho de peso, síndrome metabólica, diabetes tipo 2 e doença cardiovascular.
O ideal é que você não utilize nem açúcares e nem adoçantes, reeducando suas papilas gustativas aos alimentos menos doces, evitando a compulsão por estes e o ganho de peso. Para iniciar a substituição do açúcar por adoçantes, e por fim não adoçar de nenhuma forma, aconselho que você prefira os adoçantes naturais, mas isso não significa que você pode consumir a vontade, ok? Afinal, se adoçar muito, suas papilas gustativas nunca se desacostumarão com o sabor doce.
A sucralose pode alterar a microbiota intestinal, fazendo com que se tenha uma diminuição das bactérias intestinais do bem; inibe a captação de iodo pela tireóide, logo, é péssimo para pessoas com hipotireoidismo e que estão em processo de emagrecimento, afinal, os hormônios da tireóide controlam nosso metabolismo, e se eles diminuem, o emagrecimento fica comprometido.
Acha que parou por aí? A sucralose pode elevar a glicemia, piorando a qualidade de vida dos diabéticos, levando a menor capacidade de cicatrização de feridas e o aumento do processo inflamatório. Quando aquecida, a sucralose gera metabólitos tóxicos, então nada de adoçar o bolo com ela.
O ciclamato e a sacarina, além de artificiais, são ricos em sódio: um perigo para os hipertensos. Já o aspartame pode causar dores de cabeça, tontura e danos cerebrais. Estudos experimentais relacionam o consumo de aspartame, sacarina e acessulfame-K ao aumento da compulsão alimentar e isso contribui para o aumento da adiposidade visceral, agravando a resistência a insulina.
Já falei dos artificiais, mas você deve estar se perguntando: “ok nutri, mas e os naturais?”
Bom, vamos lá então, falarei um pouquinho deles.
O primeiro é o xilitol, um composto que pode até ser encontrado em frutas, vegetais e cogumelos, mas em pequenas quantidades. É uma boa opção, pois além de substituir os açúcares pode auxiliar em nossa saúde intestinal, já que é fermentado por bactérias no intestino grosso, produzindo um gás mega importante: o butirato. Desta forma, o butirato serve como energia para as bactérias intestinais e para as células desse tecido se regenerar. Além disso, o xilitol é considerado um anticariogênico.
Agora, vamos à reflexão? As frutas e hortaliças são ricas em fibras, que também são fermentadas pelas bactérias do intestino grosso (que produzirão butirato), garantindo a saúde intestinal, além de serem ricas em vitaminas, minerais e antioxidantes, logo, o uso do xilitol não se justifica por isso, viu? É apenas uma opção mais saudável de adoçante. Com relação ao seu uso, cuidado para não exagerar, pois ele demora um pouquinho para adoçar e as pessoas acabam adicionando muito. O resultado é o alimento super doce e amargo: intragável. Ah, o excesso pode gerar desconfortos intestinais, principalmente em portadores de doenças inflamatórias neste órgão.
A próxima é a stévia. Sabiam que é uma planta e dá até para fazer chá? Bom, a stévia tem efeitos interessantes, como a regulação da glicemia (opa, diabéticos), auxilia na digestão e possui efeito anticariogênico. Se decidir fazer um chazinho, saiba que tem propriedades antifúngica, antibacteriana e antioxidante, contando ainda com vitaminas C e B9.
Ao comprar, certifique-se de que está comprando somente a stévia, pois muitas marcas misturam outros adoçantes artificiais a ela, e para descobrir isso: deixe a preguiça de lado e leia rótulos, pois nele deve estar escrito apenas “glicosídeos de esteviol”. Caso a stévia esteja associada a outros adoçantes naturais, como a taumatina, a stévia e o xilitol não se preocupe. Tá bem? Então tá bem. Particularmente eu não gosto muito dela para adoçar, pois deixa um gostinho amargo e se não utilizar a quantidade adequada ela deixa um gosto residual. E cuidado, o excesso pode causar diarreia, e em algumas pessoas ela causa alergia.
Por fim, vou falar da Taumatina.
A taumatina é uma proteína extraída de uma fruta conhecida como “fruta milagrosa do Sudão” ou Katemfe. Como é um edulcorante de bastante estabilidade, pode ser submetido a altas temperaturas (que tal testar nas receitas do meu site?). Não é muito comum encontra-la de forma isolada, geralmente as empresas associam-na a outros adoçantes naturais, como a stévia e o maltitol. Além de natural, como é uma proteína, o organismo também se beneficia disso.
“Tudo lindo e maravilhoso, a nutri falou que os adoçantes naturais podem ser benéficos para saúde, então vou deixar o açúcar de lado e adoçar tudo com xilitol, stévia, taumatina e os outros naturais. “
Não não, lembra do que falei acima? Precisamos desacostumar o nosso paladar exagerado para alimentos doces, que muito frequentemente causam compulsões alimentares, gerando a ingestão excessiva de calorias, sobrepeso e obesidade. Se você utilizar os adoçantes naturais com frequência, seu paladar permanecerá viciado em doces, e eu garanto que o período de adaptação sem adoçar o cafezinho não é tão longo.
Caso você resolva iniciar o processo de substituição do açúcar pelos adoçantes naturais, vou indicar três marcas de adoçantes que acho interessantes. Estas indicações não tem nenhum conflito de interesse.
Sweet Fiber (Sanavita): é composto por dois adoçantes naturais, a stévia e o eritritol, mas sabe o grande diferencial? A presença de goma acácia na composição, uma fibra solúvel importante para a saúde e trânsito intestinal. Em duas medidas que somam 4,4g contém 2,5g de fibras. Eu acho uma opção excelente!
Sweet Lift (Essential Nutrition): é composto por três adoçantes naturais, o maltitol, a stévia e a taumatina.
Stévia (Stevita): possui apenas glicosídeos de esteviol, não é adicionado de nenhum outro adoçante artificial ou natural.
E ai? Que tal deixar de lado a adição de açúcares e até mesmo os adoçantes naturais?