Confira no post de hoje uma entrevista com a nutricionista Dra Luciana Harfenist falando sobre um tema que está bombando na mídia!! A dieta low carb.
Para começar, descreva a dieta de baixa gordura dogma:
Em primeiro lugar é importante separar o conceito de dieta. Dietas, na prática, visam atender alguma necessidade patológica por um determinado período. Ou seja dietas normalmente tem um objetivo pontual.
Prefiro usar e me referir a uma alimentação com baixo carboidrato como mais uma estratégia de gerenciamento alimentar em prol da saúde.
Nos últimos anos, diversos estudos vêm comprovando que a redução do consumo de carboidratos e a melhora da qualidade do tipo de carboidrato tem influência direta na composição corporal e na prevenção de diabetes, cardiopáticas. Não é à toa que o governo da Suécia, país exemplar com uma visão preventiva na área da saúde e com agricultura orgânica, tornou-se o primeiro país ocidental a desenvolver diretrizes alimentares nacionais, que rejeitam a popular dieta de baixa gordura, muito recomendada, desde os anos 70, quebrando o dogma da proibição da ingestão de gorduras para quem busca saúde ou emagrecimento.
A recomendação Sueca se baseou em um estudo de dois anos do Conselho Sueco de Avaliação de Tecnologias de Saúde, onde foram avaliados 16.000 estudos publicados até 31 de maio de 2013. Segundo a revisão, vários marcadores de saúde melhoraram com uma alimentação de baixo consumo de hidratos de carbono, fora a redução da gordura corporal.
A rotina contemporânea dos grandes centros, a falta de tempo para pensar na própria alimentação, trouxe prejuízos severos a população mundial, cada vez mais obesa.
Uma alimentação com baixo consumo de carboidratos, aliado e ingestão de gorduras de boa qualidade como azeite, óleo de coco, castanhas, nozes e avelã, reduz o estímulo insulínico, aumenta a saciedade imediata e de longa duração, favorecendo a manutenção de uma rotina alimentar rica em antioxidantes e sem fome!
Quais as diferenças entre essas duas dietas?
A grande vantagem da redução do consumo de carboidratos, aliados ao consumo consciente de gorduras de boa qualidade é o baixo estímulo insulínico com a redução dos picos de glicose, aumentando a saciedade.
Qual a sua opinião especializada sobre isso?
Cada vez mais concluo em minha prática clínica, que o gerenciamento da ingestão de carboidratos, em ciclos pré-estabelecidos e individualizados, proporcionam resultados importantes na redução da gordura corporal. Lembrando que não se trata de dieta da proteína, que sou totalmente contra!
Quais alimentos fazem parte da dieta low-carb?
Todos os alimentos, com exceção dos industrializados, altamente processados, e farinhas refinadas.
Como defender o consumo se a dieta rica em gordura saturada está associada a doenças coronárias e risco de aumentar o colesterol?
Novos estudos tem demonstrado o contrário, pois a maior parte do colesterol produzido ocorre dentro do organismo, exatamente pelo consumo excessivo de carboidratos. Um dos membros da comissão foi o Prof. Fredrik Nyström, de Linköping, Suécia – um crítico de longa data da dieta de baixa gordura e um defensor dos benefícios da gordura saturada, a partir de fontes tais como manteiga, creme gordo, e bacon. Algumas citações de Prof. Nyström traduzidas em Inglês do Dr. Eenfeldt: “Eu tenho trabalhado com isso por tanto tempo. É ótimo ter este relatório científico, e que o ceticismo em relação a dietas de baixo carboidrato entre os meus colegas, desapareceu durante o curso do trabalho. Quando todos os estudos científicos recentes estão alinhados, o resultado é indiscutível: o nosso medo profundo de gordura é completamente infundada. Você não ganha a gordura de alimentos gordurosos, assim como você não ficar aterosclerose de cálcio ou ficar verde a partir de vegetais verdes.”
As doenças coronarianas estão mais relacionadas ao estilo de vida e doenças adquiridas pelo sobrepeso como diabetes, hipertensão arterial e síndrome metabólica…
Se a redução dos carboidratos e o consumo de gorduras do “bem “ reduzem a gordura corporal automaticamente temos a redução dos marcadores sanguíneos relacionados com as cardiopatias. Obviamente, quando lidamos com um paciente já com patologias pré-existentes a conduta será direcionada para modulação do processo inflamatório e isso inclui a oferta de gorduras de boa qualidade como ômega 3, óleo de oliva, óleo de coco oleoginosas, totalmente individualizado.
Quais são os principais benefícios dessa dieta low-carb e como deveria ocorrer a substituição de uma dieta normal para a dieta low-carb?
Não existe uma fórmula de bolo, mesmo obedecendo o mesmo raciocínio bioquímico, onde o objetivo é estimular o hormônio certo, cada paciente receberá um plano alimentar individualizado. Mas em geral, recomenda-se ingestão de carboidratos complexos, como batata doce, aipim, inhame, proteínas de alto valor biológico ovos, carne, aves, peixes, e as gorduras já citadas de boa qualidade e com ótima procedência. Hortaliças e sementes.