Noni é rica em antioxidantes, mas estudos apontam malefícios para fígado e rins
Parece fruta-do-conde, mas é a noni, uma frutinha asiática encontrada em abundândia na Polinésia, mas ainda tímida em terras tupiniquins. Estudos têm mostrado que o alimento é rico em nutrientes e, por isso, vem atraindo a atenção de quem está sempre em busca de uma alimentação saudável. Mas nem só de nutrientes vive a noni: é preciso estar atento ao seu consumo.Sua principal virtude é a alta concentração de antioxidantes. Enquanto a maioria dos alimentos possui até cinco dessas substâncias, a noni possui mais de dez e de vários tipos, segundo a nutricionista Carla Cotta, do Equilibrium SPA da Mente: “O açaí está está entre os dez alimentos com maior concentração de antioxidantes e, provavelmente, a noni desbanca o açaí“, compara a especialista.
O fato de ser rica em antioxidantes faz da frutinha um poderoso aliado contra o envelhecimento das células, o que protege o organismo de doenças como diabetes, Parkinson e vários tipos de cânceres, explica Carla, além de um poderoso cosmético, prevenindo o envelhecimento precoce da pele.
“A medicina clássica ainda não reconhece a fruta”, ressalta Carla, “Mas na medicina alternativa é muito utilizada”, completa.
A noni parece a fruta-do-conde, mas seu sabor em nada se aproxima ao dela. Chega a ser amarga e só é possível consumí-la com prazer quando misturada a outro sabor. A combinação mais comum é com o suco de uva. Outra maneira de consumir a fruta é em forma de chá. No Brasil, é possível encontrar em mercados especializados em frutas e verduras, mas não é comum.
“A composição também é muito rica em vitamina C, vitamina A, cálcio e bastante potássio e fibra”, lista Carla. E por conta da quantidade de fibras encontrada em sua composição, tem sido associada ao emagrecimento. Além de ter poucas calorias: 40 calorias a cada 100g, calcula a nutricionista Luciana Harfenist.
“A fruta também tem substâncias que protegem as artérias, as fitonutrientes, que têm a capacidade de relaxar os vasos sanguíneos e melhorar o fluxo de sangue, o que é ótimo para quem tem hipertensão arterial”, aponta Luciana.
Ao mesmo tempo, segundo ela, a noni tem proxeronina, que aumenta a absorção dos nutrientes pelo corpo, inclusive dos nutrientes da própria fruta.
Mas Luciana alerta que é preciso ter atenção com relação ao consumo da fruta e lembra que, não faz muito tempo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impediu a importação, comercialização e uso de produtos derivados da fruta. De acordo com a agência, os estudos científicos realizados até aquele momento, em 2013, apesar de não conclusivos, revelaram alguns casos de danos ao fígado e aos rins e estes paradigmas ainda não foram muito bem esclarecidos.
“A informação é de que a noni aumenta a produção de enzimas hepáticas, que é a redução ou a interrupção do fluxo biliar. E tem uma substância que é a heparina, segundo apontaram estudos, que é anticoagulante. Então, quem já toma anticoagulante não deve consumí-la. Bem como quem já teve derrame e todos os problemas relacionados, gestantes, crianças e paciente renal”, ressalta Luciana.